Mudança *
Eu amo quando venta. Do meu apartamento vazio, caixas na sala onde haviam fotos; ao lado do espelho, a parede muito branca e uma luz doentia. Eu amo noites frias. E minhas janelas grandes empurram o mundo pra dentro, forçando-o através da grade, chegando nos meus cabelos já bagunçados e desalinhando todos os meus papeis. Mesmo assim não deixo de deixar meu olhar se perder nas luzes difusas da cidade, nas nuvens arroxeadas, nos faróis dos carros que descem minha rua. Não ligo de mudar desde que o vento venha junto.
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