8/11

Olhei pra lagoa na névoa e senti meu corpo tremer. 
Não fazia frio, não um frio maior ao que eu julgava sentir por dentro de mim, nas fibras dos meus ossos e até nos meus fios de cabelo. 
O vermelho da ponta do meu cigarro servia de alerta. O vento que chega, haveria de apagá-lo. 
Meu silêncio e apatia doíam a todos. 
Mas a mim, ó, a mim... Nada mais haveria de doer. 
É que o medo que me congela por dentro, nada me faz sentir. 
Eu tenho medo. 

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