Um poema acerca do barro.
O pânico da página em branco.
A dúvida sobre o que assistir.
Não saber o que quer ouvir.
Estar no limiar entre o perfeitamente normal e o profundamente caótico.
Ouvir um apito soando ao fundo de todas suas manobras e não saber ao certo se é realidade ou ficção.
Ter certeza de estar esperando por algo.
Sentir o vazio como parte intrínseca de uma personalidade expansiva.
Percorrer o mundo inteiro e deixar em cada lugar um pedaço de si.
Voltar pra casa com ânsia de vômito.
Não se satisfazer com aquilo que não possa ser comprado.
Se perder em caminhos conhecidos.
Procurar novas sensações numa pilha de roupas sujas.
Tomar vinho suficiente para ficar melancólico e ir dormir.
Observar a vida dos outros passar pela sua janela como se fosse carnaval.
E quando o carnaval chegar, fazer dele um retiro forçado.
Uma comunhão desnecessária.
Deixar pontas soltas nas pontas soltas e não ter vigor adolescente para colocá-las no lugar.
Angariar inimizades.
Ego.
Voz rouca.
Não saber perdoar e não conseguir esquecer.
Estagnar-se na própria juventude e beber do veneno da mesmice.
Vestir-se de genial e despir-se banal.
Ver ondas sonoras deitadas em um poema de pé.
Não aceitar o uso de rimas no século XXI.
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