Quando as coisas são de amor, elas não são somente coisas
Ontem eu já havia bebido, estava naqueles lugares quentes e apertados que teimamos em ir, ainda que a sensação geral seja de desconforto e você precise enganar seus sentidos para permanecer até no máximo 3 da manhã. Eu beijei desconhecidos, o que foi predominantemente ruim, mas não tão ruim quanto beijar conhecidos. Por vezes me vi como se eu estivesse do lado de fora de mim mesma, me enxergando passar como um filme. Eu parecia tão... normal. Na busca de sentir-me normal, há um quê de engraçado e inesperado.
Hoje sentei para conversar com a minha mãe. Temos feito muito isso ultimamente. Quis contar que estou para voltar com meu ex-namorado, que eu ainda o amo, que ele mostra ter passado por mudanças profundas. Por mais que eu, de fato, acredite nisso, senti vergonha. Senti meu corpo formigar e cabeça doer, enquanto ela me dizia: você precisa dar um jeito nesse cabelo.
A realidade é que preciso dar um jeito em tudo, mas sem pressa.
Preciso compreender melhor o meu caminho, esse percurso tão torto e bonito pelo qual tenho passado. Sei que sou grata. Grata às intempéries, grata às pessoas, grata por ter sido capaz de perdoar e voltar a amar. Um amor que eu nunca achei que fosse possível, mas lá no fundo, sempre esperei o contrário.
Sei que minha existência tem um propósito maior. Isso é tão palpável, que é quase físico. Mas sei, mais ainda, que ainda existem muitas frugalidades a serem desfrutadas, muitas noites normais, como a de ontem foi.
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