karma
Sentados sob o céu aberto, que tinha nuances turvas de azul-marinho. Eu fito seus olhos, contemplo sua pele, me imagino enroscada em suas curvas. Me afasto por medo - se houvesse algum resquício de lucidez em mim, certamente eu já teria ido embora. Mas continuo. E vamos nos aproximando com um desejo cruel: e num abraço desesperado você me envolve, dizendo coisas em meus ouvidos. Coisas que não entendo. E você me pede um beijo, acompanhando de um "por favor". Posso sentir o quanto o seu corpo pede pelo meu, o quanto você me engoliria se pudesse. Você me pega pelo queixo, fitando cada centímetro da minha boca, como se eu fosse uma presa. E ali, presa em você, eu cedi. "Como algo tão bom pode ser tão errado", eu pensava enquanto descargas elétricas percorriam o meu corpo. Enquanto eu perdia os sentidos em público. Enquanto você me falava bobagens e eu, animal ferido, fui tomado pelo seu veneno.
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