calor, cor e suor

e o verão se arrasta para o fim.

meus verões sempre são infinitos e é na umidade que minhas histórias começam e florescem, como fungos. se alimentam inertes nas próximas estações, esperando o sol e a chuva para renascerem.

são várias lembranças de corpos suados se encontrando e friamente se afastando, conforme janeiro e dezembro se aproximam e se distanciam - uma dança temporal que me estica e repuxa e fico a esperar os meses bailarem.

eu, também, que nasci no outono, caio como as folhas, apodreço como o que outrora foi maduro. definho, me perco por entre as variações de temperatura e cor. e ao mais leve suspiro da brisa quente - que aos poucos se torna incandescente - nasce em mim o novo, de novo.

ainda que materialmente não se plante nada no verão, meus verões costumam ser sementes, para invernos secos e distantes.

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