e*x*u

me embriago em casa, sozinha
escuto músicas desconexas
sinto meu rosto queimar.

procuro me lembrar de tempos em que eu não me sentia com me sinto. as imagens parecem artificiais e distantes. eu andei vivendo muito. me lembro de pouca coisa, só do suficiente.

os dias se passam arrastados e sem propósito. perguntei a alguém se é assim que é a vida e me disseram que sim, viver é arrastar-se cansado pelas ruas do trabalho - pra casa - da casa - pro trabalho.

fito o amarelo das roupas jogadas no chão do quarto, apalpo os travesseiros do meu lado direito. sinto as ausências. os silêncios. ignoro a passagem do tempo e as obrigações que se acumulam. ignoro a solidão, a fome, a sede, as dores.

a solidão me dá vontade de fumar 10 cigarros. um atrás do outro. ou seriam meus exus querendo comungar da cerveja, do sexo e da pimenta que hoje me alimentaram?

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