sole mio
ao olhar pra fora, o sol e o céu
e nos ouvidos, músicas que soam como um brinde
vejo o novo, de novo e vejo
ao passado, dou um abraço apertado, lhe cheiro o pescoço
digo coisas esquisitas, sem sentido
fecho os olhos e, cansado, meu corpo balança
durmo com os mesmos homens e reclamo das mesmas coisas
na fina fresta dos olhos, as janelas impenetráveis
não vejo, entretanto, a pessoa que outrora fui
perdida, ando pelas mesmas ruas que já andei
busco perfumes que já senti
me envolvo nas mesmas noites quentes
ausentes, as respostas dançam em espirais, distantes
hoje me despeço de tudo que eu acreditei ser
abraço o transformar-se como a única forma de ser-me;
de sê-lo, senti-lo; de sentir-me
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