carta ao meu filho. ou filha.
Carta ao meu filho. Ou filha,
Filho,
Você já existe. Eu sei disso. Passeia nos meus sonhos, com seus olhos grandes e verdes. Às vezes como menino, mas, na maioria das vezes, como menina.
Te vejo nas suas roupinhas rosas - que eu jamais escolheria - sinto seu cheiro. Te amamento, te abraço. Nos sonhos, estamos só nós duas. E somos o mundo inteiro juntas.
Sei que você já me escolheu e te agradeço por isso, por confiar em mim. Sei que não seremos perfeitas, mas que graça teria? Eu já te amo tanto... se você soubesse... viria correndo estar comigo.
Te vejo em todas as minhas decisões e, sempre, você é minha primeira escolha. Antes de existir, já te protejo. Te protejo da minha natureza, da minha história (ou seria nossa?), dos nossos rompantes. Me guardo para garantir a você apenas o melhor de mim.
Há anos eu sei que quando você escolher chegar, o mundo vai se abrir para mim. Todas as pontas soltas vão se reunir. Vou renascer pela segunda vez. E nossa Mãe Osùn irá nos receber de braços abertos; eu, agora, como Ya. E você, meu querido, como meu Omo. Meu precioso fruto.
Há muitas vidas nos encontramos. E nos separamos também. Cada dia a mais é um dia a menos para eu te ver, meu filho. Escrevo essa carta com a consciência de que você está tão perto! Mais perto do que eu consigo ver... mas eu te sinto. Em cada detalhe, cada mudança de caminho. Cada brecha no espaço-tempo que me permitem esticar meus braços até você me ver acenando daqui, do seu passado.
O tempo é seu.
Mas estou aqui. Como sempre estive. Como sempre te vi.
Com amor,
Da sua mãe,
Amanda.
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