crendisse?
sei que você não acredita no mistério. mas eu acredito, muito. acredito no alinhamento dos astros, nas cartas de tarô, nos orixás e nos búzios. desacredito de coincidências, mas você acredita. acredito que você me enxerga e me ama, desacredito no fato de que você nunca me disse não. do contrário, você acredita que põe limites, mas eu venho e tiro, brincando. você percebe que te dei volta e gosta. retoma sua rota, flertando comigo como quem diz: você só faz o que eu concordo. e não acredito que isso seja verdade. você gosta dessa dança que existe entre nós, meio que pra decidir quem é o que leu mais nas entrelinhas. nos subjetivos sim e não que falamos, construimos uma trama de talvez - que nos suspende do chão. por exemplo, sei que você tá lendo isso aqui que escrevi. e me delicio imaginando - acreditando - na surpresa silenciosa que causo. em como te atazano. me excita saber que fico aí, presa em você, como uma crença, um mistério - mesmo que você de mim desacredite. você não entendeu que não tem como fugir?
"os subjetivos sim e não que falamos, construimos uma trama de talvez "
ResponderExcluirGostei muito desse verso! Uma trama de talvez, também remete ao outro texto. Acredito que seja para o mesmo interlocutor, talvez seja um interlecutor deliciosamente indeciso