Fiant *
Porque eu queria não estar sentido esse aperto, esse sentimento de inutilidade, de quem nunca vai conseguir. Queria fazer o que gosto, não ter tanta preguiça, não ser massacrada por vontades alheias, pressionadas por realidades que não a minha. Sim, eu sou egoísta. De todas as minhas vontades, a maior delas é poder. Talvez um dia eu realmente saia de casa sem hora pra voltar, sem peso nas costas. Preciso de chorar, daqueles choros de soluços, olhos vermelhos, como nos velhos tempos. Nem isso eu sei mais. Chegamos num ponto onde as emoções passam por mim correndo como vento, sem ter como parar e eu, brilhando como estrela, reluzindo toda a luz que há, balanço meu cabelo, arquejo a sobrancelha, num desprezo tremendo por todas as coisas vidas. Não que eu seja melhor. Na realidade nua e crua, nada sou.
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