Tou indo, adeus *

Acho que tou-me indo. Soa estranho me despedir, me parece feio pensar que as chaves da minha casa não serão nada úteis... que meus amigos sairão sem mim, que a vida continuará esparsa, em outro espaço-tempo, com pessoas e ares tão diferentes, que nem eu mesma sei mensurar. Estou mergulhando. Numa vida que eu sei que é minha, que clama por mim, que fez de mim teu chamado, tua sina. Minha vida é longe. Ou perto. Meu destino é por aí, é ser grande. As peças do meu quebra-cabeça, aquelas que me foram dadas aos poucos (e continuam sendo), começam a se encaixar, apesar de eu ainda não ver desenho. Entendo muita coisa, entendo bem. E há aquelas que nem se eu tentasse, entenderia; talvez eu não queira. E crio pessoas, crio lugares, sempre criei. Em pouco tempo, elas não precisarão de ser criadas, existirão por si só. Então eu também existirei. "Tenho em mim todos os sonhos do mundo", e farei com que eles aconteçam. Pelo menos alguns. 

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