Do amor (dia 119)
E eu acordei com uma luz cinza passando pela cortina e já sabia que era cedo demais. Tateei embaixo do travesseiro procurando o celular, ainda zonza, confusa. Meu pior momento é ao acordar. Eu me sinto desprepara de vulnerável, com uma certa dificuldade de discernir as coisas. E eu olhei pro lado vazio da cama e me enrolei toda em mim mesma... acho que eu sinto sua falta. E continuo sonhando - só que talvez um pouco mais discretamente - em acordar e tatear por ti, do meu lado. E quando isso acontece, me pego contando sua respiração e tocando seus lábios; sentindo o calor que vem do seu corpo, a paz e a beleza de partilhar de nossa total vulnerabilidade.
É porque você lembra de tudo que eu um dia te falei. Achou uma beleza em mim que nem eu era capaz de encontrar sozinha. A beleza de se acreditar. E não há um segundo do meu dia que eu não esteja apaixonada, que eu não te mande através das ondas sonoras, um breve apelo 'gruda-te em mim', pois sou tolo; sou tolo por viver em nós uma eternidade que não vai existir daqui algumas horas, nossa brevidade de ser espanta tudo que possa durar. Mas caso um dia eu acorde e você ainda esteja aqui, ainda vou tatear à sua procura. Eu sempre vou. Estive fazendo isso nos últimos anos e te garanto: me custou saúde, mas me trouxe o amor.
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