Amarguras de primavera

Quando recosto no meu assento e finjo que sei o que estou fazendo, é quando eu mais preciso de fugir. Ultimamente não tenho falado muito. Me pesei na balança hoje e senti falta apenas de um peso - aquele mesmo que carrego, invisível, nos meus ombros. O peso de se pensar demais. Não tenho o impulso de começar uma nova leitura, pintura, amor; afinal de contas, minhas decisões estão em suspenso, por eu ter a certeza, de que elas não farão diferença alguma. Vejo na minha frente estruturas pairando sem forma, sistemas se dissolvendo no ar, indivíduos mortos, ideias enterradas, uma onda pagã e a fé religiosa tentando explicar a origem dos males no mundo. Eu não me importo mais. E talvez meu maior desejo é que o tempo passe. Não pela ansiedade do futuro, mas pelo desgosto que tenho por esse presente-passado. 

Meu partido é um coração partido. 

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