Do outro lado da rua
E se houver um pedaço de nós partido, vagando rasteiro pelas ruas? Já imaginaste o quão bonito seria, atravessar no sinal e nos ver, do outro lado, perdidos... Ou até mesmo não nos ver. É que geralmente estamos de fones, ouvindo música. Distraídos. Absortos. Engajados num momento de travessia, que precisa ser preenchido por distrações. Porque a travessia em si não faz muito sentido, para a maioria. O silêncio parece matar. A sensação de estar consigo mesmo em silêncio é de um desespero aterrados. O que mais há aqui além da minha respiração? Na luz amarela do meu quarto eu afrouxo a vista enquanto pareço me livrar de uma gripe eterna. Você sabe, ela sempre volta. Crio futuros burgueses que possam compensar a vida vazia de alguém que está sempre no meio da vida. No meio de tudo.
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