Do Fim #3: ensaio sobre o vazio

Hoje acordei com ele latejando do meu lado
não só hoje, mas os últimos dias tem sido assim
sempre quando vou dormir ele está lá perto da cama
com seu toque gelado e insone.

Pelas manhãs, ele sempre me faz chorar
no lugar em que ele me bate, violentamente,
ficam marcas profundas e doloridas
que só eu consigo ver.

Conforme o dia passa, ele me atordoa
me entorpece os sentidos;
fica preso em minha garganta, como um grito que nunca pôde sair
e para a pergunta que não tem resposta,
sempre respondo que sim, que estou bem.

O que mais dói no vazio
é pensar que ele outrora esteve cheio
cheio de você, de nós
de um amor feliz e pretensioso.

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