perdida

eu ando te vendo em todos os lugares
na rua, no rabisco do meu sapato,
nas vitrines das lojas, no motorista da condução

te vejo andando do outro lado da rua
e, quando sorrio para você, você desaparece como o vento
tento te procurar entre as pessoas que se movem
mas você não me ouve. nunca ouviu.

te vejo no vento que passa pela minha janela
quando já estou quase indo embora
e te escuto assoviando lá do primeiro andar

quando chego em casa te vejo no pé da escada
me esperando subir
e quando abro a porta, sinto seu cheiro
e o calor do banho quente
mas te busco no chuveiro - lá você também não está

e quando te acho, fito seus olhos castanho-opacos
te procuro lá dentro
mas quando te encontro, me perco
e a gente nunca se esbarra.

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