cadê?
Cadê eu?
De tudo que fiz, escrevi e pintei, cadê eu?
Entre as crises, as traições, o divórcio e as mudanças, cadê eu?
Será que tô perdida entre as paredes da casa que eu achei que amava, nas cenas interpostas de um filme que eu acho que já assisti antes, mas não me recordo dos detalhes?
Será que sou eu na minha foto de criança? Ou me perdi ao crescer? Será que é minha voz naquele vídeo? Ou alguém tentou me impersonar?
Se já me encontrei, foi num encontrão de ombros na esquina de algum lugar, no passo agitado, sempre correndo. Se já me vi, foi num reflexo distorcido de um espelho daqueles malucos de parque de diversão. É sempre uma loucura, ato extraordinário ou catástrofe. Sou um conjunto de reações.
Eu sou eu ou as coisas que aconteceram comigo?
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