Percepções Noturnas

Há espaço nesse espaço para não se falar de amor? É que o universo estranhamente se mutila e se expande e as lacerações dentro do peito não me permitem soltar o verbo que assim nasceu, solto. Meu tempo de tomar café se foi. E um dia desses eu vi o sol laranjado do fim de tarde na minha janela preferida, bateu uma saudade de quando tudo, mesmo errado, era bonito. Talvez ainda seja assim. Talvez pra sempre seja. Entretanto o silêncio chegou mansinho no pé do meu ouvido e nada disse, só pude saber da presença porque ele me abraçava. Nada falo, pois, para que não intimide meu amigo que só me quer bem. Fecho os olhos e me imagino numa dança de volta. 

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