Sorte/azar
"E se por acaso doer demais
É porque valeu"
Disse o poeta exagerado que nem eu. Ainda estou a procura do meu samba, que colocarei na ponta do teu pé, pra que você dance ou chute, faça o que quiser. Nesses marcos rotineiros de que o tempo passa, me deito nua na cama vendo o envergar do meu seio, que encobre o batimento forte do meu coração. Há memórias em tudo que vejo, esquinas preenchidas de um livro que poderia estar intacto. Mas há uma nota de rodapé que só quer ser feliz. Que se esgueira entre uma folha e outra, na ponta do pé que nem bailarina, sentindo o vento frio do outono que passa por nós como quem não quer nada; só arrepia os pelos da nuca.
Hoje não me queixo às rosas.
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