Do amor #5

às vezes, inconsciente,
minha mão procura a sua,
ao longo do dia.

é burrice, eu sei
se estamos tão distantes.

faz sentido, eu também sei
buscar-te em todos os momentos.

pois o que seria de mim
senão fosse a memória que guardo
junto ao peito
apertado:
daqueles dias quentes em que nos beijávamos
daqueles caminhos escuros em que,
em silêncio,
ouvíamos ao blues e à nossa respiração.

o que seria de mim
sem a eternidade que cabe
nas finitas horas
com você?

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