Do amor (dia 87)
Algumas incertezas se dilatam enquanto eu deito quente no teu peito, também a ferver. Os últimos dias tem sido mais frios, tenho percebido pelo tremor que me acomete toda vez que saio do banho. O que há de ser quando nada mais for? Ou quando tudo se for e eu, perdida, precise do teu abraço? Na nossa atual calmaria eu me estresso por não conseguir lidar com nossa paz. Me vem um torpor toda vez que você se demora, aquele medo de que você vá fugir.
Na luz branca do meu quarto, você sussurra "deixa acesa, quero te ver". E me vê. Além de mim, nas lentes do teu desejo, você me vê. E toca minhas pernas me pedindo calma, me pedindo alma e um copo d'água. Vi nosso reflexo no espelho e meu rosto se esculpia em luz, no contraste das nossas caras, na falta de foco causada pela plenitude do gozo. E me vi linda em teus braços, nas nossas luzes, nas vertigens.
Sinto coisas.
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