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Hoje vi meu peito nu e quis vestir um colar.
Era um colar bonito, de quando eu era criança.
Tirei uma foto e lá estava: o retrato do tempo, que me deixou vazia.
A beleza só residia no colar, então eu o tirei.
E saí de peito desnudo da rua, como se o nó que nele havia fosse suficiente,
para preencher toda a falta de pudor do mundo
Me recolhi de lado, na janela, perto do sol
sentindo a pele queimar, sentindo a dor fluindo no peito como se fosse sangue
Talvez seja.
Digo adeus ao nexo
ao sexo
ao amor.
Digo adeus àquele projeto, de dias
que foram findos, como eu previa.
Não cabe a mim te escrever mais, porque tua poesia me machuca.
Me ignora.
Me incendeia.
E cercada num berço de farpas, eu me atiro à loucura
e mesmo que seja pouco, pra mim faz falta;
algo é melhor que nada.
Passei estações colhendo migalhas do que você comia
ignorando as cicatrizes abertas no teu peito, lindo
pra mim, você estava acima de todos os cortes.
Era só meu, teu recorte.
Era um colar bonito, de quando eu era criança.
Tirei uma foto e lá estava: o retrato do tempo, que me deixou vazia.
A beleza só residia no colar, então eu o tirei.
E saí de peito desnudo da rua, como se o nó que nele havia fosse suficiente,
para preencher toda a falta de pudor do mundo
Me recolhi de lado, na janela, perto do sol
sentindo a pele queimar, sentindo a dor fluindo no peito como se fosse sangue
Talvez seja.
Digo adeus ao nexo
ao sexo
ao amor.
Digo adeus àquele projeto, de dias
que foram findos, como eu previa.
Não cabe a mim te escrever mais, porque tua poesia me machuca.
Me ignora.
Me incendeia.
E cercada num berço de farpas, eu me atiro à loucura
e mesmo que seja pouco, pra mim faz falta;
algo é melhor que nada.
Passei estações colhendo migalhas do que você comia
ignorando as cicatrizes abertas no teu peito, lindo
pra mim, você estava acima de todos os cortes.
Era só meu, teu recorte.
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