A cidade e suas possibilidades
A barra da roupa enlameada, os passos rápidos e precisos a se desviarem da água que se escorre. A chuva tem o impressionante poder de afugentar a cidade. Ela se esconde debaixo da sacada, dentro dos coretos das praças, das marquizes, esmiuçada no ponto de ônibus, abarrotado de rostos tristes. Encharcados. No café, à meia-luz cor-de-rosa, eu via os poucos remanescentes da sangria transparente de verão, tomarem seus assentos, enquanto a vida passa lá fora. A magia do transporte, A beleza da rotina. O arco célebre da vida que não corre, caminha.
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