Um dia de um verão qualquer, na cidade
No verde do verão da praça, eu senti a umidade das fontes e suas mulheres despidas. Eu vi pessoas sentadas na grama. Crianças correndo. A vida aqui fora é festiva e rápida. O mesmo homem de dreads deu duas voltas no quarteirão enquanto eu aguardava meu ônibus. Dentro do museu, eu vi cores. E vi vitrais, que me emocionaram. Reparei, furtivamente, que eles vieram de São Paulo; me pergunto se algo se quebrou no transporte. Rapidamente esqueço as perdas do caminho dos vitrais e caminho pelas escadas como se eu flutuasse. Estar sozinho é maravilhoso. Minha pele queimava de forma agradável, enquanto expele seu cheiro de baunilha. As curvas dos prédios tornam o horizonte singular e inesquecível; não há lugar como aqui e todo lugar é aqui. Nas mesmas ruas por onde caminhei no último ano, no meu trote ritmado e rebolado, saltam as memórias diversas de uma vida que floresceu de forma tão repentina e agressiva, que abriu-se em dores e gritos de prazer. Simultaneamente. Na minha roda da fortuna eu ganhei e perdi. Enquanto eu encarava o sol a caminho de casa, me refiz.
O sol se pôs e com ele me pus também.
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