Neo Novos Baianos
"E pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto."
Por mais que o passado pese, eu levo e relevo minha carga;
desta vez, diminuta,
por meu pai me disse, nessas férias:
sabes aquele presidente, filha? Aquele que tem um fusca?
Pois bem, ele disse que quanto menores as posses, menor o fardo
caminha com tua mala pequena, tua bolsa de mão
esqueces as maquilagens e vai.
E tou-me indo, num passo rápido e abrupto, como sempre fui
Mas num silêncio maroto pra que ninguém saiba
para que a inveja não chegue a mim
para que os males dos espíritos de outrem não me possuam;
me faço livre do diz-que-me-diz.
Estou me despindo aos poucos e me encantando novamente, aos montes.
"É o novo dente que nasce"
Cês sabiam que quando o nasce o dente é quando a gente mais tem que morder? Quando noviços, nossas pernas curtas mal podem se firmar; nasce meu último dente e meu último irmão, neste ano que há pouco nasceu. Nasce uma nova esperança, uma renovada alegria de quem sabe o que precisa ser feito. Deito na cama e sorrio pros cheiros e pros fantasmas, abrigo eles como parte de mim. Eu nunca mais penteei meus cabelos. Há um mundo de alegria em mim.
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