Bom dia *
Na janela retalhada de cores do crepúsculo, você está. Largada, o cabelo muito a descer pelas costas desnudas e o cigarro entre os dedos, o cigarro nos lábios, a fumaça nos olhos... sempre me pergunto no que você pensa, quando sai silenciosa da cama e me deixa perdido nos lençóis. Suas curvas contra a luz da madrugada me fazem perguntar o quanto eu gosto de você. E quando meus pensamentos nos seus se colam e por poucos instantes eu descubro sobre o que você tanto pensa, você vira devagar e fala baixinho: "te acordei?", tudo se faz fumaça, como nos seus cigarros. Nossos silêncios se abraçam e eu te amo intensamente, um amor febril, que me faz sofrer. E você vem caminhando lenta e tontamente até a cama branca, como tuas vestes e se deita em mim. Eu acordei. Acordei de tudo, a repousar frouxo nos seus olhos verdes, na sua pele escura, no seu amor distante, na nossa saudade, em nós. Sim, eu acordei.
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