Das coisas que eu sei *

Desenhei um par de olhos femininos, inspirados na cantora americana de voz triste que eu tenho ouvido ultimamente. E os olhos dela me desnudam, se misturam com o branco das paredes; paredes essas que se falassem, não falariam por si, gritariam por mim, por nós. Que se pudessem, desenhariam em si mesmas as tantas marcas que deixei presas neste quarto, nesta vida. E quando fecho os olhos me vem memórias que não sei bem se são minhas ou se o quarto - já vivo - as imprimiu em mim enquanto dormia. Vibro com as reminiscências de calor, com as vozes abafadas pelo medo de sermos ouvidos. Há um mundo melhor no meu espaço. Há um belo caos no meu desarrumado. Há no meu ventre um espaço que anseia por ser preenchido. 

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