Revoluções de domingo

Nesse domingo cinza, quando eu abri minha janela, já era tarde. E eu me perguntava se eu estava no caminho certo, se eu não estaria enlouquecendo em meio à lobos que só latem e nada mais. Eu queria a mudança. Meus heróis eram negros. E não homens, mas mulheres. Meus heróis eram pobres e infelizes. Marginalizados. Incompletos em sua essência. 
Maravilhosos em sua unicidade. 
Fortes em suas incoerências.
Poderosos e estridentes. 
Que latam, pois, os lobos. Que meu objetivo se faça claro - eu hei de mudar o mundo. 
E daqui um tempo, 'revolução' não será só um termo que aprendi na Academia. Será a realidade de um povo sem identidade. Que se une ao desonesto e planta a carnificina entre seus jovens. Uma pátria que age como um pai - corrige, mata e se ausenta, deixando milhões de mães aflitas ao lado dos caixões de seus filhos - negros, pobres e infelizes. 

Que sejas minha mátria amada, Brasil. 

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