Você não quer é ficar sozinha *

Não tenho dúvidas de que esse ano foi o recomeço pelo qual eu esperava há muito. Foi o ano de esmaltes escuros, de luzes no cabelo, de relacionamentos infrutíferos, ano de mulher, de calafrios, apertos no coração, vontade de fugir, de viagens, de suspiros, de sentimentos dos mais diversos. Foi o tempo de voltar pra casa. Porque é assim que eu me sinto quando estou vagando de madrugada pelas ruas de uma cidade relativamente grande, mas incrivelmente vazia; é assim que eu meço os ganhos e as perdas; dessa maneira eu coexisto em mim, pesando tudo que me atinge, analisando tudo que vivo. Só tenho a dizer que estou me tornando o que realmente sou, com o passar dos dias meus olhos ficam mais verdes, minha ascendência mais indefinida, meus planos mais distantes e tentadores. A culpa é do vinho, que me fez mandar fotos nuas, que me fez dançar no tapete da sala, que me fez gritar. A culpa é do vermelho, que me deixou mais intensa, mais felina. A culpa é minha.

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