Nota de segunda-feira *

Meu café estava frio e por mais que eu o quisesse de uma maneira incomensurável, eu deixei o copo meio cheio, dei um sorriso, como se meu pseudo-otimismo pudesse me salvar. Meus ancestrais negros chamariam de banzo, aquela saudade triste, que falta matar. E parte de mim queria poder fazer tudo diferente, poder mudar uma realidade que se hoje vejo triste, amanhã me parece insolúvel. 
Ainda sobre o amanhã há uma tempestade chegando e como meus olhos não são castanhos, não fizeram músicas sobre mim. 
Em notas avulsas no violão eu tento expressar o meu lamento. 
Numa vida que se arrasta sem sentido por essa segunda-feira, que me deixou de lembrança o sono de uma noite de verão. 
Estou cheia de referências, cheia de atrasos e ainda sim, um tanto quanto vazia. 

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