Devaneios Plenos *

Poucas pessoas conseguem entender minha beleza. Por mais que eu calce um salto, me encha de perfume e de uma inexistente áurea festiva, é nas tardes pés-descalças de outono que minha beleza se perde. E pode facilmente ser encontrada nos suspiros jogados pelo ar,  no olhar sonhador que, definitivamente, não olha para nada. Quando meu corpo, deitado na rede, se enrosca no farfalhar das folhas das árvores, se estendendo no contorno perfeito do horizonte. A pele morena completa o crepúsculo que se anuncia. Assim segue a externa calmaria, que só disfarça o turbilhão de mensagens, pensamentos e ocultismo encaixado bem no peito, a bater suavemente pelas tardes de abril. 

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