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São nessas noites insuportavelmente quentes, daquelas em que revira-se os lençóis, o corpo ardendo num suor frio, a garganta seca anseia por palavras que a refresquem, que me vem à mente as memórias de um passado onde, sentados na grama, cantávamos sob o luar. Uma cantoria desafinada, desajustada, como de quem gargalha. De mãos dadas, agradecíamos pela chegada do verão, na verdade, agradecíamos por tudo. E mesmo no interior, velejámos num litoral longínquo, brisas salgadas nos beijavam, além de outros corpos por aí perdidos.

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