Post scriptum *

Gostaria de ser ao menos humana. Habito em uma realidade onde o real não existe. Estranho? Mas é claro que é, até mesmo para mim, habitante única do inexistente, do árduo, o incessante labor pensante. O único vestígio de sutileza é a poesia que em mim se encerra. Ao acordar, ao respirar, a poesia está lá, sorridente, taciturna, me espreitando com seu olhar sábio, como se me conhecesse há muito. Fui nascida de batalha, dela gerei feitos, fetos malfeitos, do legado que pretendo deixar. Para o mundo, adeus. Adeus que nessa mesma noite parto para as profundezas dos meus sonhos, de onde nada me salvará. 

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